O que é sinistralidade e por que isso pode impactar os gastos da sua empresa com plano de saúde?

Se você tem uma empresa e os gastos com o plano de saúde empresarial estão impactando o orçamento, então você precisa saber o que é sinistralidade. 

De fato, a sinistralidade é o fator que impacta os contratos anuais em planos de saúde empresariais. Portanto, é fundamental você entender o que é sinistralidade e como reduzi-la. 

Afinal, é importante que a empresa consiga oferecer a seus colaboradores um plano de saúde de alta qualidade, mas também que não tenha um impacto negativo em seu orçamento com isso. Vamos entender mais sobre esse assunto a seguir. 

O que é sinistralidade nos contratos de planos de saúde?

Sinistralidade é um índice presente nos contratos dos planos de saúde empresariais. Esse índice representa a diferença entre a utilização dos serviços oferecidos pelo plano de saúde e a receita obtida pelo plano de saúde, com o pagamento das mensalidades. 

Ou seja, cada vez que um colaborador acessa um serviço do plano de saúde, seja uma consulta, um exame laboratorial ou de imagem, uma cirurgia, internação, etc., isso é registrado como um sinistro. 

Agora, imagine no período de um ano quantos sinistros são registrados. Cada um desses sinistros apresenta um valor para o plano de saúde. Uma consulta, obviamente, tem um valor bem menor do que uma cirurgia complexa seguida de uma internação por vários dias em Unidade de Terapia Intensiva, por exemplo. 

Todos esses sinistros são “somados” no período de um ano e, então, essas “despesas” são retiradas de todo o valor pago anualmente pelos colaboradores pelo plano de saúde. Além disso, há também as despesas de ajuste, as quais também entram no cálculo da sinistralidade. 

Fórmula do cálculo da sinistralidade 

Índice de sinistralidade = (Total de sinistros + despesas de ajuste / Total de receitas recebidas pelo plano de saúde com as mensalidades) x 100

Se essa conta der negativa, ou seja, o valor somado de todos os sinistros foi muito superior ao valor pago pelo plano de saúde durante o ano, certamente o reajuste no contrato para o ano seguinte será bem elevado. 

Ou seja, quanto mais alta a sinistralidade, mais o reajuste do valor do plano de saúde empresarial para o ano seguinte será alto. 

Portanto, é preciso haver um equilíbrio entre a utilização do plano. E por isso, o uso consciente do plano de saúde ajuda bastante a empresa a manter um índice de sinistralidade mais baixo. 

Por que a sinistralidade do plano de saúde pode afetar o orçamento da empresa? 

Conforme já descrevemos, a sinistralidade é o índice utilizado pela empresa na renovação do contrato anual. Quanto mais alta, maior será o reajuste anual do plano de saúde. 

Vale lembrar que um plano de saúde empresarial tem seu valor reajustado anualmente, com a porcentagem de reajuste determinada pela operadora do plano de saúde. 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina somente o reajuste dos planos de saúde individuais, não interferindo, dessa forma, no valor de reajuste praticado pelas operadoras nos planos de saúde empresariais ou coletivos por adesão. 

Portanto, fica difícil estabelecer uma negociação entre a operadora do plano de saúde e a empresa, quando o reajuste anual do plano de saúde é elevado, devido à alta sinistralidade. 

É fundamental lembrar que a operadora do plano de saúde não vai ter prejuízo. Portanto, se a razão entre o uso do plano e os valores pagos for negativa para o plano, a empresa pagará essa conta no reajuste do ano seguinte. 

Atualmente, já se sabe dos inúmeros benefícios em se oferecer um plano de saúde para os seus colaboradores em sua empresa. De fato, em resumo, pode-se citar: retenção dos melhores talentos na empresa, colaboradores mais produtivos, menos doentes e menos afastamento da empresa por motivos de saúde, por exemplo. 

Mas, com alta sinistralidade, isso certamente impactará o orçamento da empresa, devido ao reajuste alto do plano de saúde no ano seguinte. 

Somente a sinistralidade é considerada no reajuste anual do plano de saúde? 

É importante citar que não é somente a sinistralidade considerada na determinação do índice de reajuste anual dos planos de saúde empresariais. Há também outros fatores, tais como a inflação médica, além do reajuste por mudança de faixa etária. 

A inflação médica é um termo utilizado para descrever o aumento dos custos com novas tecnologias, que surgem diariamente na área da Saúde, bem como o acesso aos serviços por colaborador. 

Como a população está envelhecendo e vivendo mais, o acesso a serviços mais complexos, como tomografias computadorizadas, por exemplo, tende a aumentar. 

Para se ter uma ideia do valor da inflação médica, em um levantamento feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, em 2021, o valor da inflação médica daquele ano foi de 25%, bem mais elevado do que o valor da inflação oficial, medida pelo IPCA, que foi de 10,06% no mesmo ano. 

Portanto, tanto a inflação médica quanto o reajuste por mudança de faixa etária são fatores difíceis de se controlar pela empresa, para não dizer impossível. O que a empresa pode fazer é executar uma série de ações no intuito de diminuir a sinistralidade, através do uso consciente do plano de saúde pelos seus colaboradores. 

Qual seria a sinistralidade ideal? 

Os valores de sinistralidade ideal dependem muito do tamanho da operadora de plano de saúde. Mas, é importante lembrar que a operadora também tem outras contas a pagar e não somente quitar os sinistros. 

Afinal, em toda operadora há funcionários, aluguel, contas de energia, dentre várias outras contas também. 

Em geral, considera-se que uma porcentagem ideal de sinistralidade gire em torno de 60% a 70%, denominado pelas empresas de Break-even

Nesse valor máximo, as operadoras de planos de saúde ainda conseguem pagar seus tributos, arcar com suas responsabilidades e ainda manter-se competitivas no mercado. 

Porém, há empresas que estão com sinistralidade próxima a 100%, o que indicam que quase todo dinheiro que recebem de seus beneficiários está indo exclusivamente para o pagamento dos sinistros, não sobrando praticamente nada para o pagamento de funcionários e demais despesas, fora o lucro. 

Mas, vale lembrar que o índice de perdas aceitáveis varia bastante de uma empresa para outra. 

Como reduzir a sinistralidade? 

Agora que você já sabe o que é sinistralidade e como ela pode impactar no orçamento da empresa, em relação ao reajuste proposto para o ano seguinte pela operadora do plano de saúde, vamos descrever como reduzir essa sinistralidade. 

  1. Foque na prevenção sempre

A melhor maneira de evitar os custos com o plano de saúde é focar na prevenção. A prevenção é a forma mais eficiente de evitar que problemas de saúde surjam e também de diagnosticá-los cedo para haver menos danos ou sequelas para o indivíduo. 

Atualmente, no mundo, doenças como obesidade, diabetes e hipertensão causam milhares de mortes e são doenças cuja prevenção é possível! 

Alguns dados importantes: doenças crônicas, como hipertensão e diabetes atingem mais de 25% da população brasileira, com maior frequência entre as mulheres. Além disso, a hipertensão é o fator mais importante para infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), que constituem as principais causas de morte de brasileiros. 

A prática de atividade física, uma alimentação saudável, baseada em frutas, verduras e legumes, sem ultraprocessados e com baixo sódio e baixa gordura são estratégias que ajudam a minimizar essas doenças. 

Quando a empresa adota a prevenção como estratégia, certamente o número de acessos aos serviços do plano de saúde diminuirão, ou serão opções que custarão menos, como consultas e exames, em vez de cirurgias e longas internações 

  1. Saúde do colaborador na empresa 

Várias empresas contratam outras empresas para ter in loco um programa de saúde do trabalhador. 

Com isso, o colaborador passará com um profissional médico, que poderá solicitar exames e atestar que o trabalhador está em boas condições de saúde. 

Caso haja algum problema de saúde, o médico também poderá encaminhar esse colaborador ao especialista mais indicado. 

Há também empresas que oferecem serviços de check-up anuais para os colaboradores. Esses check-up incluem medidas de glicemia, pressão, avaliação cardiológica, dentre outros exames preventivos. Vale a pena a empresa buscar boas parcerias para instalação desses programas. 

  1. Programas de hábitos saudáveis promovidos pelo RH 

O setor de Recursos Humanos deve atuar em conjunto com a direção da empresa para a criação de um programa de hábitos saudáveis na própria empresa. 

Esse programa poderá incluir descontos ou até mesmo matrícula e mensalidades em academias de ginástica e convênios com restaurantes de alimentação saudável, por exemplo. Aplicativos como GymPass já são muito utilizados por milhares de empresas espalhadas pelo país. Ações assim ajudam na prevenção de diabetes e estimulam o cuidado com a saúde pelos colaboradores. 

Outras ações, tais como caminhadas e corridas promovidas pela empresa, também são boas maneiras de integrar os colaboradores em ações voltadas à promoção de saúde. 

Palestras informativas sobre assuntos importantes, tais como prevenção da obesidade, cuidado com diabetes, alimentação saudável, saúde da mulher e do homem, dentre outros assuntos, também auxiliam na melhora da saúde dos colaboradores. 

  1. Explicar ao colaborador a importância do uso consciente do plano de saúde 

O colaborador é também um grande interessado na manutenção de baixos índices de sinistralidade. Afinal, quanto mais alto for esse índice, mais difícil será para a empresa conseguir manter o mesmo plano de saúde para o colaborador e sua família. 

Por isso, a empresa deve explicar ao colaborador como funciona o plano de saúde. No caso de uma emergência, onde o colaborador deverá buscar atendimento médico? 

Já para exames ou consultas, o ideal é marcar em um profissional, comparecer à consulta, fazer os exames prescritos e então retornar ao profissional para o diagnóstico e continuidade do tratamento. 

Atitudes como marcar e ir em vários profissionais da mesma especialidade de uma única vez, ou então, faltar em consultas agendadas, comparecer ao pronto-socorro para ações que não são de emergência, contribuem para que o índice de sinistralidade do plano de saúde suba cada vez mais. 

  1. Utilização de serviços públicos de saúde 

O Sistema Único de Saúde é um complexo sistema público, que oferece vários programas de saúde e atendimento à população brasileira em todo território nacional. 

Muitos usuários de planos de saúde não sabem que o SUS possui planos específicos para pacientes com diabetes, por exemplo, fornecendo medicações como insulina de forma gratuita em Unidades Básicas de Saúde. 

Além disso, as Unidades Básicas de Saúde, também conhecidas como Posto de Saúde Comunitário, oferecem outros serviços de forma gratuita, como medição de glicemia e pressão (hiperdia), curativos e atendimento odontológico básico. 

Esses postos ficam localizados, muitas vezes, em bairros mais próximos às residências de vários colaboradores. Assim, nesses casos, o colaborador pode se deslocar até à UBS mais próxima, em vez de se deslocar até um lotado Pronto-Socorro de um plano de saúde, para fazer algo simples, como um curativo, por exemplo. 

Vale a pena informar a todos na empresa sobre alguns programas gratuitos do SUS, que atendem com maestria a vários brasileiros. Um exemplo é a vacinação, que também ocorre nas UBS. 

  1. Buscar opções de planos de saúde com coparticipação 

Planos de saúde com coparticipação podem ser uma excelente opção para empresas que buscam reduzir o impacto do plano de saúde no orçamento. 

Nos planos de saúde com coparticipação, os beneficiários pagam um valor de mensalidade bem menor do que nos planos integrais. A cada acesso, um valor é cobrado do colaborador. Esses valores são todos regulamentados e não podem ultrapassar determinados limites. 

Portanto, o beneficiário do plano não precisa se preocupar que não conseguirá arcar com os custos da coparticipação. A grande vantagem dos planos com coparticipação é permitir o acesso a um plano de saúde excelente e ser necessário o uso consciente de tudo o que aquele plano oferece. 

Dessa forma, um plano de saúde com coparticipação pode representar menor impacto no orçamento da empresa. 

  1. Seguro stop loss 

Empresas grandes já fazem a contratação de um seguro stop loss, justamente para não haver impactos tão severos no índice de sinistralidade. 

De fato, seguros stop loss são seguros contratados por grandes empresas, regidos pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), justamente para “cobrir” os gastos extras com longas internações ou cirurgias complexas, para que esses sinistros não gerem impacto no índice de sinistralidade. 

Explicamos como funciona o seguro stop loss nesse artigo

Com essas ações, certamente a empresa colherá os frutos de todas essas ações, resultando ao menor índice de sinistralidade e dessa forma, um impacto menor nas finanças da empresa. Ficou alguma dúvida? Tem interesse em diferentes planos de saúde e gostaria de mais informações? Entre em contato conosco para ter os melhores especialistas tirando todas as suas dúvidas e apresentando as melhores opções em seguros, conforme suas demandas.

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